História

A UNE e a cultura: do CPC ao CUCA

 A União Nacional dos Estudantes (UNE) foi fundada em agosto de 1937. Após completar 72 anos, mas em plena forma, a entidade sempre manteve a ativa participação nos principais acontecimentos políticos que mudaram os rumos do país. Foi precursora também de importantes movimentos culturais.

O Centro Popular de Cultura (CPC da UNE) é o mais famoso deles e nos anos 60 animou a cena artística brasileira com novas e ousadas experiências no campo da pesquisa e da produção cultural. Participaram do CPC nomes como Arnaldo Jabor, Cacá Diegues, Ferreira Gullar, Vianinha, entre outros. Bienais da UNE: o Movimento Estudantil retoma o seu trabalho cultural Ao longo dos últimos dez anos, desde a retomada definitiva das suas atividades culturais, a UNE realizou seis Bienais de Cultura e Arte.


A primeira edição, em Salvador, reuniu cerca de 5 mil estudantes, e teve a participação do músico Lenine, do grupo de rap Racionais MC’s além do geógrafo Aziz Ab’Saber.




Em 2001, no Rio de Janeiro, com a presença de mais de 8 mil pessoas, surgiu o projeto do Circuito Universitário de Cultura e Arte, o CUCA da UNE. As figuras marcantes foram Augusto Boal, Oscar Niemeyer e O Rappa.







Já a Bienal realizada em Recife (2003), sob o tema “Um encontro com a cultura popular”, reuniu mais de nove mil estudantes para discutir a formação da identidade nacional contando com a participação do Ministro Gilberto Gil e do escritor Ariano Suassuna.






Em 2005, a 4ª Bienal ocupou o pavilhão da Fundação Bienal de São Paulo, o Museu de Arte Moderna (MAM) e o Museu de Arte Contemporânea (MAC). Com a temática “Soy Loco por Ti América”, o festival ocorreu em conjunto com o XIV Congresso Latino Americano e Caribenho de Estudantes (CLAE), viabilizando a vinda de participantes de outros países.





No ano da comemoração de seus 70 anos, a UNE retornou a sua casa natal, a cidade do Rio de Janeiro, recebeu no verão de 2007, sob as influências dos Orixás, “Brasil-África: um Rio Chamado Atlântico” a quinta e maior edição da atividade. A Bienal vai às ruas e ocupou a região da Lapa e Cinelândia com seus equipamentos culturais, praças e ruas. Intelectuais com Alberto da Costa e Silva e Abdias do Nascimento, o Ministro Gilberto Gil, artistas e cias estrangeiras, músicos com Martinho da Vila, Lenine, Catra e Beth Carvalho foram as presenças. Ao fim do encontro uma imensa Culturata ocupou e retomou a antiga sede da UNE na Praia do Flamengo 132, um marco na luta dos estudantes.


A 6ª Bienal da UNE: “Raízes do Brasil - Formação e Sentido do Povo Brasileiro”, aportou novamente em Salvador, desta vez para propor a mais de 15 mil universitários, secundaristas e pós-graduandos de todo o País e da América Latina o debate sobre os elementos que compõem a cultura brasileira. Durante os seis dias de Festival foram realizados 37 debates, com a presença de 113 convidados de altíssimo nível. Foram 28 oficinas e mini cursos ministrados por profissionais de diversas áreas. Contaram ainda, com apresentações musicais do fino da música brasileira, totalizando 13 grandes shows. Os cinco dias da 6ª Bienal da UNE entrarão, certamente, para a história do movimento estudantil, e para a história da produção cultural brasileira, universitária ou não, como um espaço democrático e festivo, que celebrou, discutiu e promoveu a integração da América Latina, em seus mais diversos e inovadores aspectos. Os últimos momentos desta Bienal puderam, de maneira significativa, representar simbolicamente todo o trabalho e o conceito maior que impulsiona o desafio de realizar este evento.

Veja aqui como foi a 6a. Bienal de Cultura da UNE


O CUCA

A formação do Circuito Universitário de Cultura e Arte Décadas depois da experiência do Centro Popular de Cultura CPC da UNE, as Bienais chegaram para consolidar o Circuito Universitário de Cultura e Arte, o CUCA-UNE, uma rede estudantil formada por núcleos existentes em diferentes estados do Brasil.
 
A partir da Caravana Paschoal Carlos Magno, realizada em outubro de 2004, percorreu 15 estados brasileiros e preparou terreno para a implantação dos espaços, desde então formam se 14 CUCA’S, foram consolidados em São Paulo/SP, Recife/PE, Campina Grande/PB, Salvador/BA, Rio Grande do Norte/RN, Teresina/PI, Porto Alegre/RS, Curitiba/PR, Barra do Garça/MT, Brasília/DF, Rio de Janeiro/RJ, Belo Horizonte/MG, Manaus/AM, Aracajú/SE.
 
Condecorado em 2005 com a Ordem do Mérito Cultural, principal premiação do Ministério da Cultura, e integrante do Conselho Nacional da Juventude, o Instituto CUCA da UNE está atualmente interligado por uma rede que gravita em torno da ação - Pontos de Cultura - do programa Cultura Viva, idealizado pelo MinC.